Por mais que os anos passem há sentimentos que nunca mudam. Mesmo sem me dar conta disso, é aquela angústia que regressa sempre, aquele aperto no peito injustificado que me leva a pensar nos porquês, aquela solidão mesmo quando estou tão acompanhada.
No domingo a L. perguntou-me, sem motivo aparente, “Mãe estás triste?”. Respondi que não e sorri. Passado uns minutos voltou “Mãe estás triste ou só estás cansada?”. Provavelmente estava triste e desgastada, como me sinto sempre que outubro chega.
Todos os dias são dias de lembranças. Lembranças que o tempo não apaga, que se mantêm tão vivas como se tivessem sido ontem. O último telefonema no dia dos meus anos, feito com muito esforço porque teve que se levantar e andar até à sala; o olhar triste do último dia; a conversa infindável da última manhã, como se soubesse que nos despedíamos ali; o toque quente do seu braço já mais flácido devido ao peso que começava a perder…Mas o que mais dói, talvez, é recordar o brilho do seu olhar, repleto de esperança, de vontade de viver, quando saiu do IPO. Na minha cabeça, ao mesmo tempo que lhe sorria e lhe alimentava ainda mais a esperança, ecoavam apenas as palavras do médico, duras, frias...
12 anos depois parece que foi tudo ontem. É como se voltasse a viver tudo, sem ter a oportunidade de alterar nada, sem me poder despedir, sem poder fazer mais, sem lhe dizer novamente o quanto a amo e o quanta falta ela me faz.
A revolta passou há muito. Tempos depois até descobri que me conseguia recordar dela sem lágrimas, que conseguia falar dela e rir-me das coisas que dizia.
Mas esta angústia regressa sempre, todos os anos em outubro, e leva-me a reviver tudo de novo, com a mesma intensidade e com a mesma dor. E tenho tantas, tantas, tantas saudades… mãe!
No domingo a L. perguntou-me, sem motivo aparente, “Mãe estás triste?”. Respondi que não e sorri. Passado uns minutos voltou “Mãe estás triste ou só estás cansada?”. Provavelmente estava triste e desgastada, como me sinto sempre que outubro chega.
Todos os dias são dias de lembranças. Lembranças que o tempo não apaga, que se mantêm tão vivas como se tivessem sido ontem. O último telefonema no dia dos meus anos, feito com muito esforço porque teve que se levantar e andar até à sala; o olhar triste do último dia; a conversa infindável da última manhã, como se soubesse que nos despedíamos ali; o toque quente do seu braço já mais flácido devido ao peso que começava a perder…Mas o que mais dói, talvez, é recordar o brilho do seu olhar, repleto de esperança, de vontade de viver, quando saiu do IPO. Na minha cabeça, ao mesmo tempo que lhe sorria e lhe alimentava ainda mais a esperança, ecoavam apenas as palavras do médico, duras, frias...
12 anos depois parece que foi tudo ontem. É como se voltasse a viver tudo, sem ter a oportunidade de alterar nada, sem me poder despedir, sem poder fazer mais, sem lhe dizer novamente o quanto a amo e o quanta falta ela me faz.
A revolta passou há muito. Tempos depois até descobri que me conseguia recordar dela sem lágrimas, que conseguia falar dela e rir-me das coisas que dizia.
Mas esta angústia regressa sempre, todos os anos em outubro, e leva-me a reviver tudo de novo, com a mesma intensidade e com a mesma dor. E tenho tantas, tantas, tantas saudades… mãe!
Ola Zilda! Não deve ser fácil passar por essa situação tenta pensar que ela estará bem e nos bons momentos que partilhaste com ela, pode ser que assim ajude a atenuar a dor da sua ausência. Bjos
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